Datação por Carbono – Dendrocronologia
Como já vimos, para que a datação por carbono funcione, precisamos saber qual a proporção de C-12 e C-14 no momento da morte de um espécime. Se a proporção tem oscilado ao longo do passado não observável (e podemos ter certeza de que tem), como podemos determinar a proporção durante a vida de um espécime que viveu e morreu antes de nós termos começado a fazer essas medidas?
Os defensores do método de datação por carbono se voltaram para a "Dendrocronologia" para calibrar sua escala de tempo (isto é, para ajustá-la e compensar pelas flutuações na proporção de C-12 e C-14). Pela datação por carbono de um pedaço de madeira que também foi datado pela contagem de seus anéis anuais, os cientistas podem criar uma tabela que pode converter os questionáveis anos de carbono-14 em verdadeiros anos de calendário. É assim que funciona: os cientistas começam com uma árvore viva ou uma amostra de madeira morta que podem ser datadas com precisão por alguns meios confiáveis. Então, eles procuram por pedaços de madeira morta que são mais velhos do que a amostra inicial e cujos padrões de anéis se correspondem e sobrepõem aos da primeira amostra (anéis de árvores podem variar muito em largura devido a fatores ambientais e, portanto, produzem um padrão pelo qual podemos combinar espécies que cresceram no mesmo ambiente). Os cientistas então procuram por mais pedaços de madeira morta para combinar e sobrepor a segunda amostra e assim por diante. E, finalmente, eles contam todos os anéis das árvores usando os padrões correspondentes para conectar todas as peças, determinando assim a idade do pedaço mais velho de madeira. Isso é chamado de "cronologia longa". Ao datar o pedaço mais antigo de madeira utilizando o método de datação por carbono e comparar as duas datas, os cientistas podem fazer os ajustes necessários aos seus cálculos.
Infelizmente, este método de calibrar a datação utilizando os anéis da árvore é em si falho. Dr. Walt Brown explica: "... as ligações são estabelecidas com base no julgamento de um especialista nesses anéis. Às vezes, anéis ‘em falta’ são adicionados.1... Técnicas estatísticas padrões poderiam estabelecer quão bem as sequências que supostamente se sobrepõem se encaixam. Entretanto, esses especialistas têm se recusado a submeter as suas decisões a testes estatísticos e não liberaram seus dados para que outros pudessem fazer esses testes" (Walt Brown, In the Beginning, 2001, p. 246, grifo no original). Esta recusa a submeter seu trabalho a um exame minucioso levanta uma preocupação razoável, especialmente à luz do aparente raciocínio circular empregado pelos pesquisadores. "Espécimes de madeira utilizados por 'cronologias longas' são em primeiro lugar datados por radiocarbono. Se a data for velha o suficiente (talvez por uma leitura errada), os especialistas nos anéis avaliam a espessura do anel para encontrar uma maneira de estender a ‘Cronologia longa’. Esta cronologia é então utilizada para garantir ao público que a datação por radiocarbono tem sido calibrada por uma sequência contínua de anéis de árvores. [Esta prática também é descrita por Henry N. Michael e Elizabeth K. Ralph, "Quickee" 14C Dates, Radiocarbon, vol. 23 0 1, 1981, pp. 165-166]. " (Brown, ibid, p. 246; Veja também Gerald E. Aardsma, "Myths Regarding Radiocarbon Dating", Impact, No. 189, março de 1989.)
Datação por Carbono – O que os especialistas acham?
Robert Lee resumiu as razões por trás da controvérsia sobre o método de datação por carbono em seu artigo "Radiocarbon, Ages in Error", publicado no Jornal Antropológico do Canadá: "Os problemas do método de datação por radiocarbono são inegavelmente profundos e sérios. Apesar de 35 anos de refinamento técnico e uma melhor compreensão, as pressuposições têm sido fortemente contestadas e advertências têm sido divulgadas, pois o radiocarbono pode em breve encontrar-se em uma situação de crise. A continuação da utilização desse método depende de uma abordagem de “consertar sempre que necessário" , permitindo a contaminação aqui, fracionamento ali e calibração sempre que possível. Não deve ser nenhuma surpresa, então, que metade das datas são completamente rejeitadas. A maravilha é, certamente, que a metade restante viria a ser aceita. ... Não importa o quão ‘útil’ ele seja, no entanto, o método de radiocarbono ainda não é capaz de produzir resultados precisos e confiáveis. Há discrepâncias brutas, a cronologia é desigual e relativa, e datas aceitas são na verdade datas selecionadas" (Robert E. Lee, "Radiocarbon, Ages in Error", Jornal Antropológico do Canada, vol. 19, No.3, 1981, pp. 9, 29).
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